Eu entrei num restaurante pra tomar uma cerveja,
Quando um tipo que andeja encostou-se no balcão.
Apesar de maltrapilho pareceu-me inteligente
E pediu humildemente uma batida de limão,
Mas eu tive uma surpresa, no copeiro mal criado,
Quis dinheiro adiantado, para depois atender...
E o rapaz interiorano, dando provas de humildade,
Satisfez uma vontade, absurda no meu ver...
O patrão que estava perto, deu razão ao empregado,
Cabisbaixo e humilhado, o mendigo se serviu...
Demonstrando crueldade, o dono do restaurante,
De maneira arrogante, resmungando prosseguiu:
_Eu de fato me aborreço, com freguês pés de chinelo...
E pegando um parabelo, exibiu, depois guardou...
E o rapaz de olhar manso nada disse mas sentiu,
outra dose ele pediu, mas... primeiro ele pagou.
_Trinta e dois dias de viagem, é uma longa caminhada,
Aparecida do Norte, era o fim dessa jornada...
Nessa altura no recinto havia bastante gente
Com pena do indigente, que muito calmo falou:
_Se eu estou sujo e rasgado é de tanto caminhar,
Porque preciso pagar alguém que me ajudou,
Eu vi minha mãe doente de um mal quase sem cura
E com essa desventura pressenti a fria morte,
Então a Deus fiz um pedido e o milagre foi tão lindo,
E é por isso que vou indo à Aparecida do Norte.
Concluindo essas palavras deixou bem claro a lição,
Para os dois deu um cartão com as suas iniciais.
_Sou um forte criador de gado raça holandesa,
Além de outras riquezas que tenho em Minas Gerais.
Pelo meu tipo de andante, eu aqui fui maltratado,
Mas eu fico obrigado, pela falta de atenção.
Os senhores desta casa, não souberam me atender,
Quando deveriam ter um pouco mais de educação...
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